Saiba como ter um relacionamento saudável e sem dependência
Saiba como ter um relacionamento saudável e sem dependência
Como ter um relacionamento saudável?
Ter um relacionamento saudável é um dos maiores desafios enfrentados pelas minhas clientes na clínica. São muitas mulheres solteiras desejando viver uma relação a dois e tantas outras sofrendo em relações tóxicas. Nas duas situações, é comum perceber sinais de dependência emocional e autoestima baixa.
Por conta disso, resolvi escrever este artigo abordando a relação entre relacionamentos saudáveis, dependência emocional e autoestima. Nele, apresento conceitos esclarecedores de Walter Riso e traço algumas estratégias que costumo oferecer na clínica. São recursos apoiados na Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), a abordagem principal que utilizo nos atendimentos.
Relacionamento saudável x relacionamento tóxico
Para começar, considero importante definir o que é um relacionamento saudável. Uma relação saudável é aquela em que há igualdade entre as pessoas envolvidas, respeito mútuo, comunicação assertiva, atenção às necessidades individuais, conexão sexual e confiança. Penso que esse seja o mínimo para que um casal possa conviver de maneira feliz, mas claro que cada par tem suas necessidades particulares e a maneira como os dois se comunicam vai contar muito na hora de definir o que é importante para a relação.
Vou usar as palavras de Walter Riso, do livro “Amar ou Depender”, para complementar:
“Amar sem apegos irracionais é amar sem medos. É assumir o direito de explorar intensamente o mundo, de tomar conta de si mesmo e de buscar um sentido de vida. Também significa ter uma atitude realista frente ao amor, assegurar o auto-respeito e fortalecer o autocontrole. É desfrutar da dupla prazer/segurança sem torná-la imprescindível. É fazer as pazes com Deus e com a incerteza. É atirar a certeza na lixeira e deixar que o universo se encarregue de nós mesmos. É aprender a renunciar.”
Lindo, não é?
Teorizar sobre o assunto faz parecer que se trata de algo fácil, mas na verdade, grande parte das pessoas hoje enfrenta desafios nos relacionamentos. A causa dos problemas a dois costuma estar em questões individuais oriundas de traumas de relacionamentos passados, insegurança por autoestima baixa, dificuldade de confiar no outro, entre outros elementos.
Quando o casal está disposto a trabalhar esses aspectos, se comprometendo com o autodesenvolvimento, torna-se mais fácil estabelecer relacionamentos saudáveis e duradouros. O problema é que a maioria das pessoas não deseja fazer o trabalho pesado do autoconhecimento e da autorresponsabilização para reconhecer o que precisa ser mudado em si mesma.
É por isso que são tão comuns as relações tóxicas, onde o bem-estar de um dos integrantes do par ou de ambos é fortemente abalado. Apesar do sofrimento, muitos relacionamentos tóxicos duram por muito tempo e a explicação para isso pode estar na dependência emocional.
O que é dependência emocional?
Nos relacionamentos, a dependência emocional está presente quando uma pessoa não consegue abrir mão da relação mesmo quando ela lhe faz mal, como é o caso das relações tóxicas. A dependência emocional está ligada ao apego.
No livro “Desapegue-se”, Walter Riso define apego como “uma ligação mental e emocional (em geral obsessiva) a objetos, pessoas, atividades, ideias ou sentimentos que se origina na crença irracional de que esse vínculo trará, de maneira única e permanente, prazer, segurança e autorrealização".
O apego faz com que uma pessoa, mesmo estando em sofrimento, acredite que é impossível “ser feliz, alcançar suas metas vitais ou ter uma vida normal e satisfatória” sem o objeto de seu apego. As pessoas que sofrem com apego geralmente têm autoestima baixa. É isso que as torna tão dependentes.
Portanto, para superar o apego, é preciso acabar com o medo da solidão e construir autoestima elevada. Sobre isso, sugiro a leitura do artigo “O que é autoestima, afinal?”, que escrevi recentemente.
Para quem está em um relacionamento amoroso e tem dúvida sobre o quão saudável é esta relação, recomendo que avalie alguns sintomas de dependência emocional em si mesma. Quais desses comportamentos estão presentes?
Afastar-se de todos e só ter foco para o relacionamento.
Tentar controlar o parceiro ou a parceira.
Ter ciúmes compulsivos.
Supervalorizar o que o parceiro ou a parceira pensa de você.
Você consegue identificar quais comportamentos seus podem estar atrapalhando seu relacionamento? Como sabemos, é muito difícil se autoavaliar e, mesmo para quem chega à conclusão de que está em uma relação de dependência emocional, pode ser difícil conseguir superar essa situação, seja encerrando o relacionamento, seja modificando a si mesma dentro da relação. E é aí que entra a autoestima.
O que ter um relacionamento saudável tem a ver com autoestima?
A autoestima elevada é um componente imprescindível para rompermos com a dependência emocional. A forma como nos vemos e o valor que damos a nós mesmas define o quão capazes seremos de estabelecer limites nas relações. Quem tem autoestima baixa costuma se esforçar demais para ser aceita e amada, pois sente que necessita desse reconhecimento e acaba colocando as necessidades dos outros acima das suas. Essa é a receita certa para estabelecer relacionamentos tóxicos.
Quem está solteira e em busca de um par também precisa desenvolver a autoestima. Para ter um relacionamento saudável, é preciso aprender a conviver consigo mesma primeiro, entendendo que essa é a relação mais importante da vida. Esse é o momento de construir independência emocional para não aceitar estar em um relacionamento tóxico no futuro.
Na clínica, eu sempre lembro às clientes que é preciso cuidar de si mesma antes de procurar ter um relacionamento saudável. Costumo usar a metáfora da árvore para falar desse processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento. Assim como as árvores são compostas por raízes, caule, folhas e frutos, nós também precisamos cultivar as nossas raízes (crenças) e direcionar o nosso caule (a maneira como nos colocamos no mundo) para ter folhas (pensamentos sobre nós mesmas) saudáveis e frutos (nossas conquistas e recompensas) suculentos.
Dependência emocional e Terapia Cognitivo Comportamental
“Já sabe a causa do problema, mas qual atitude comportamental você vai tomar agora?”. Com base nos princípios da TCC, é isso que pergunto às pacientes na clínica. A proposta é levar para a prática tudo o que entendemos cognitivamente. Sozinha, é muito difícil avançar, mas por meio do processo terapêutico, é possível ir além da teoria e começar a praticar as mudanças necessárias para ter um relacionamento saudável.
Estando solteira ou em um relacionamento, desenvolver a autoestima por meio da Terapia Cognitivo Comportamental é um caminho seguro e eficaz para evitar a dependência emocional e ter mais chances de viver relacionamentos saudáveis.
Quer aprender a amar sem dependência emocional? Envie uma mensagem para nosso WhatsApp e agendaremos uma consulta para você!